segunda-feira, 27 de julho de 2009

A peregrinação dos Incas ao Sul do Brasil. Mito ou Verdade?

 

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A possível passagem dos Incas pelo Brasil vem sendo comprovada a cada dia pelas evidências coletadas por pesquisadores que estudam o antigo caminho do Peabiru. Os vestígios encontrados nos estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul apontam uma relação do antigo império andino com as tribos nativas do sul do Brasil. Uma antiga lenda indígena muito utilizada para explicar o termo "Gaúcho", narra um encontro entre esses povos da América antiga:

.....Há muitas gerações atrás surgiram alguns homens, homens estranhos e muito diferentes de nós, que passaram o período de calor (primavera e verão dos brancos) com nós. Eles eram em pequeno número e pareciam inofensivos, falavam com voz mansa e pareciam sempre dispostos à dialogar, sorriam muito, seu líder andava à frente com um objeto longo da cor do sol que refletia sua luz.

Nos disseram que vinham em paz, que estavam de passagem e que queriam conversar com nós. Eram homens altos e todo o seu corpo tinha cores claras(Sabe-se hoje que os fundadores do império Inca não eram índios (vermelhos) mas sim brancos).. Seu líder andava com umas vestes que se estendiam até o chão e lhe cobria os pés, isto nos dava a impressão que ele não caminhava, tinha um andar macio que dava sempre a impressão de que estivesse voando.

Eles vinham nos trazer uma proposta: Estavam dispostos a criar uma grande organização aonde nós poderíamos tomar parte(o império inca), nossa função seria trabalhar para eles, em troca nos defenderiam e cuidariam de nós.

Foi-nos informado que devíamos largar nossas crenças e tradições em troca de novas que nos seriam dadas, mas se quiséssemos podíamos manter nossa tribo unida e separada das outras num lugar só nosso e também manter nossas tradições (pacíficas), contanto que aceitássemos nos mudar e praticar junto as tradições novas.

No tempo em que estiveram com nós, eles nos explicaram com detalhes o que queriam fazer, nós lhes replicamos que vivíamos muito bem aonde estávamos, que éramos uma tribo guerreira que não tinha medo. Pedimos para que plantar a terra se ela já nos fornecia tudo o que precisávamos? Para que vivermos nessa organização, se já tínhamos uma nossa? Se deveríamos adquirir novos hábitos que não faziam parte do nosso povo, isso não iria nos causar problemas? A resposta deles era que tudo isso se resolveria com trabalho. Bastaria trabalhar para esquecer os problemas e que viveríamos uma vida muito mais tranqüila sem medo das feras e dos inimigos, que aprenderíamos mais vivendo nessa organização por algumas luas que durante toda nossa história.

Vendo que não queríamos abandonar a nossa vida para seguí-los, eles se levantaram e seu chefe levantou o objeto longo para os céus, que cintilava ao Sol, olhou para o nosso chefe e nos disse: "Para sempre vocês se chamarão GAÛCHOS, por que não tiveram força de vontade para aceitar nossa proposta". e completou: "Lembrem-se que se um dia vocês se arrependerem, nós estaremos nas montanhas aonde o Sol se põe, voltaremos um dia para dar-lhes uma prova do que estamos dizendo."

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Algumas gerações depois dos homens altos terem ido embora, eles voltaram como prometeram e por terem sido recebidos como amigos quiseram nos dar uma prova de sua amizade: Eles nos propuseram construir um caminho que duraria várias gerações, com uma erva que fica sempre verde e que não deixa nenhuma planta crescer ao seu redor.

Esse caminho iria das altas montanhas até a nossa praia. Quando fizesse uma grande estiagem poderíamos seguir o caminho (verde mesmo na estiagem) para pedir-lhes ajuda e eles nos receberiam como hóspedes e nos dariam provisões, o mesmo se eles estivessem em dificuldades, eles viriam buscar provisões nas nossas terras. Eles nos disseram que o caminho já estava sendo feito por eles e que bastava aceitarmos, que não teríamos nenhum trabalho, apenas que eles viriam mais uma vez (a terceira) para terminar de construir o caminho.

Passadas algumas luas eles entraram alegremente (como era seu costume) nas nossas terras fazendo o caminho com a planta, o caminho tinha a largura de mais ou menos o braço de um homem adulto, eles faziam pequenos buracos no chão com um instrumento feito do mesmo material do objeto longo de seu chefe, só que desta vez tinha a cor da lua, e levavam água até o caminho que construiam em vasos de barro carregados de símbolos estranhos e figuras humanas. Pedimos para que serviam as figuras e os símbolos, eles disseram que representavam povos amigos que quiseram estar com eles, e nos mostraram as diferenças de cada um e falaram um pouco sobre os mesmos.

Percebemos que a erva ficava verde mesmo no frio mais frio e na seca mais seca e isto ficou marcado como prova de amizade entre as duas nações. Eles também nos disseram: se um dia viermos organizadamente, estamos em busca de provisões, se alguns de nós surgirem em desespero, sem nosso chefe, significa que um inimigo muito forte chegou e que nosso fim (e talvez o de vocês) está próximo. Se o caminho desaparecer significa que nem nós, nem vocês precisaremos dele para o futuro(Especula-se que ainda podem existir partes deste caminho em matas virgens de Santa Catarina). Foi-nos informado que deveríamos contar o fato à todas as tribos vizinhas e que elas também deveriam utilizar o caminho se precisassem......

Wlademir Vieira - Grupo de estudos Manoa

FONTE: http://manoaexpedicoes.blogspot.com/2009/04/lendas-do-sul-peregrinacao-dos-incas.html

Dólmens em Santa Catarina

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Os dólmens são monumentos megalíticos (datados desde o fim do V milênio a.C. até ao fim do III milênio a. C. O nome deriva do Bretão dol = mesa e men = pedra. Também são conhecidos por antas, orcas, arcas e palas.
Caracterizam-se por serem construídos com grandes rochas verticais que sustentam uma grande laje horizontal de cobertura. A laje horizontal é designada de chapéu, mesa ou tampa.
Todo material que temos até o presente, são especulações, ao certo, não se sabe a exata finalidade destes empreendimentos, nem como eram construídos. O que se tem, são hipóteses.
O Grupo de Estudos Manoa,vem estudando vários monumentos rochosos em Santa Catarina, como a Pedra do Bico, assim por nós batizada, em homenagem aos pássaros que sobrevoavam a região na hora da foto e, coincidentemente pela semelhança da rocha com um “bico de pássaro”.
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Foto: Arquivo Grupo de Estudos Manoa (créditos Wlademir V.)

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Foto: Arquivo Grupo de Estudos Manoa
Para saber mais: http://dolmenes.blogspot.com/

Incas e Laklanõs

Eu nunca havia viajado ao exterior mas sempre tive muita vontade e curiosidade.

Haviam diversos lugares já pré-escolhidos como destinos ideais e fantásticos. Alguns na América Central, outros na America do Norte e muitos na Europa. Nunca havia cogitado a hipótese de conhecer países vizinhos: “a Argentina é praticamente ali do lado! Nem vale como viagem ao exterior!” pensava.

Na primeira oportunidade real que tive de viajar, fui para lá.

Sinceramente, conhecia pouco e não me interessava muito a Argentina. Até que começamos (eu e minha namorada) a planejar a viagem. Durante o planejamento fomos conhecendo de antemão os lugares e belezas (desde cidades a pontos turísticos naturais). Comecei a me interessar muito, pois adoro atividades ao ar livre em contato com a natureza. A viagem foi planejada (pelo casal) pensando nas cidades onde ficaríamos, mas eu estava focando unicamente as belezas naturais que veria: a Cordilheira dos Andes, o Aconcágua, a ponte Inca, a patagônia, os lagos, as florestas, os cânions, vales, as montanhas de gelo, os glaciares, e “o fim do mundo” (a cidade mais ao sul do hemisfério sul).

A idéia aqui não é contar sobre a viagem mas o que se passou comigo por lá. Ao visitar vários locais senti uma “vibração tensa”. Os guias citavam as civilizações indígenas antigas (Incas, Huarpes/Araucanos/Patagões - que deram origem ao nome da região Patagônia) e eu queria saber mais e mais. Até que eles falaram sobre uma “operação deserto” coordenada por militares do governo de alguns séculos atrás que tinha como objetivo eliminar todo e qualquer índio que fosse encontrado.

Que tristeza saber que em vários daqueles lugares existiam tribos e mais tribos de índios vivendo livres e agora, os poucos que sobraram são obrigados a servir praticamente escravizados por terem entregados suas terras aos colonizadores.

Aquilo me comoveu de forma especial.

Mas o que tudo isto tem a ver com urubici?

 

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Em uma de minhas caminhadas pelas trilhas da serra do corvo branco cheguei até um altiplano que tinha uma vista peculiar.

Ao longe eu avistei uma pirâmide. Os leitores devem achar que eu estava maluco, mas eis as fotos para comprovarem:

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Para mim estava claro que PARECIA uma pirâmide, mas não era uma. Mas a visão subconscientemente me intrigou.

Além desta, algumas outras formas (como pedras empilhadas formando colunas sobre as montanhas, ou formando montes nas terras baixas dos vales dos rios, ou montanhas em forma de águia, ou lembrando estátuas em formatos humanos de deidades) eram notadas como belezas naturais e fabulosas formações esculpidas pelas intempéries do tempo, dos ventos e das águas, mas tantas formas deste tipo em um único lugar só me faziam pensar no seguite:

“Ou aceito que existem muitas coincidências e fatos que me sensibilizam em várias dimensões e aspectos ou busco respostas”.

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Pedras Empilhadas na pedra do caranguejo no Vale Grande do Rio Atuel em San Rafael (Canion del Atuel) na Argentina – Território do Antigo Império Inca.

 

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No vale del Atuel a imagem de uma mulhes deitada (perfil do rosto ao centro): Pachamama, a Mãe-Terra, Senhora das Montanhas, das Rochas e das Planícies para os Incas.

 

 

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Pedras Empilhadas ao lado da cabeça da pedra da águia em Urubici/Rio Canoas (influência Inca no Brasil?).

Porque em vários lugares não percebo tais símbolos e chaves e em outros sim? Talvez por eles estarem em alguns lugares e não em outros ou por que nestes lugares minha mente está apta a vê-los e em outros não. O fato é que lá em Urubici, nas proximidades do Rio Canoas minha sensibilidade aflora e eu percebo coisas que estão realmente lá, assim como percebo em São Paulo a intensa energia quando passo por um antigo caminho indígena que foi posteriormente utilizado pelos Bandeirantes e que séculos mais tarde se transformaria na “planejada” Avenida das Acácias (que foi inagurada por fim com o nome de Avenida Paulista) ou quando imagino o vale do Pacaembú a milênios atrás (com suas encostas e morros ao redor) e todos os habitantes que alí viveram ou por alí passaram em eras passadas, ou na Estrada da Graciosa no Paraná (uma milenar estrada indígena que levava as tribos do litoral para a serra e vice-versa de acordo com a estação do ano afim de alimentarem-se de mariscos e peixes ou de pinhão das araucárias). Parece que não é coincidência o fato de identificarmos sinais e lugares “sagrados, místicos, energéticos ou magnéticos”. Há um tanto de predisposição mental (de acordo com o modelo mental experienciado pela pessoa em determinado momento da vida) mas não podemos negar a imensa carga emocional e subjetiva que habita no inconsciente coletivo que nos cerca.

Imaginem ver uma cena como a de baixo:

Pedra da Águia - Rio Canoas - Urubici

A asa de uma águia apontando para o sol no Rio Canoas em Urubici: Apontando a direção dos caminho a ser seguido?

Nas tradições indígenas antigas (entre os xamãs) “o vôo da águia” é a expressão simbólica para representar a viagem espiritual/astral do momento de transe que pode ser naturalmente induzido por alterações nos ciclos respiratórios, ou por ingestão de cogumelos – comuns em urubici - ou plantas de poder – como foi o caso da Ayahuasca entre os Incas.

 

SOBRE INCAS E LAKLANÕS

O POVO DO SOL

Dizem que o povo andino sediado originalmente no Peru passou a chamar-se Filho do Sol, porque seu ideal era ativar seu sol interior, reconciliando-se com as forças femininas da Pachamama (Mãe Terra) e com as forças masculinas de Virachoca (Grande Criador).

Ser “filho do sol” era o compromisso com a unificação e o crescimento, um compromisso de viver profundamente os seus poderes e de ser tão brilhante quanto o nascer do sol.

A palavra Inca, além de significar SOL podia ser entendida como SENHOR, e por isto podemos entender também um aspecto pólítico-religioso desta sociedade. Ser filho do SOL significava também prestar reverências ao Senhor dos Reinos. O Iimperador Inca representava o Sol na Terra (em forma humana) ao qual os demais reinados deviam respeito e subordinação.

Fixados na região dos Andes, os incas constituem uma grande civilização que dominou uma ampla faixa de terras pelo território sul-americano. De acordo com um relato de natureza mítica, o povo inca se fixou inicialmente na região de Cuzco e teve como primeiro grande líder Manco Capac. Por causa das condições geográficas mais favoráveis, a presença inca se concentrou primeiramente na região central dos Andes.

 

O IMPÉRIO DOS QUATRO QUANDRANTES

Em finais do século XII de nossa era, a pequena tribo dos Incas chega ao vale de Cuzco. Segundo a lenda, conta-se que de uma caverna a 30 km ao sul do vale saíram 4 irmão em sentidos diferentes: Ayar Cachi, Ayar Uchu, Ayar Auca e Ayar Manco (também conhecido como Manco Carpac). Assim foram fundados os 4 grandes reinos (um em cada quadrante).

Por volta do século XV os incas estabeleceram um processo de expansão territorial que buscou os planaltos encravados entre as montanhas andinas e as planícies do litoral Pacífico. Sob a tutela do imperador Pachacuti Yupanqui, outras populações foram militarmente subordinadas ao poderio inca. Com isso, a civilização passou a tomar a feição de um grande império.

“O Inca” era a mais importante autoridade política entre o povo inca. Viviam em uma monarquia teocrática hereditária.  A palavra significa também “Senhor” e por isto, diferente de um reinado onde existe apenas um Rei, o império Inca reunia vários Reinos que se localizavam nos “quatro quadrantes” do domínio Inca.

Venerado como o descendente do deus-sol Inti Raymi, o imperador era o principal guardião de todos os bens pertencentes ao Estado, incluindo a propriedade das terras. Os terrenos cultiváveis eram divididos em três parcelas distintas: a terra do Inca, destinada ao rei e seus familiares; a terra do deus-sol, controlada pelos sacerdotes; e a terra da população.

A religiosidade dos incas era marcada pela adoração de vários elementos da natureza, como o sol, a lua, o raio e a terra. No sistema de valores da religião inca, todos os benefícios alcançados deveriam ser retribuídos com algum tipo de sacrifício que expressava a gratidão dos homens. Por esse fato, observamos que os incas organizavam vários rituais onde os sacrifícios, inclusive de humanos, eram comuns.

Para interligar as cidades de integravam o Império Inca, uma série de estradas em pedra foi construída com o objetivo de facilitar a comunicação e o deslocamento entre as pessoas. Vale ressaltar que as cidades incas contavam com vários projetos arquitetônicos complexos que incluíam a construção de palácios, fortalezas, e templos com dimensões surpreendentes.

No século XVI, momento que marca a chegada dos espanhóis à América, a civilização inca sofria com uma série de conflitos de ordem interna. Aproveitando dessa instabilidade, os colonizadores europeus empreenderam um violento processo de dominação. No ano de 1571, os remanescentes desta civilização foram subordinados após a morte de seu líder, Tupac Amarú I.

 

Outro Povo do SOL ao sudeste dos Incas

“Laklanõ”, significa também “povo do sol” ou também “povo ligeiro”,ou “povo que conhece todos os caminhos”. Diz-se que as incursões Incas sobre o sul da América do Sul não foi fácil. Na região ocupavam diversas tribos e clãs menores que defendiam bravamente suas terras contra a subjugo Inca. Diversas tribos discidentes, tentando livrar-se da dominação Inca refugiavam-se ao sul e sudeste. A migração ocorria ao sul pela cordilheira e depois em, direção ao sol (leste). Acredita-se que os Laklanõs podem ser descendentes de Incas andarilhos que entendiam a reverência ao Sol “diretamente” e não através do Senhor Inca.

Sendo um povo bastante centrado em seus líderes com conhecimentos xamãnicos sobre sua espiritualidade não se subordinaram ao controle e poder centralizado do grande Senhor Inca, mas e prossegiram em direção ao Sol nos limites entre as Terra do Sul e as Terras do Leste.

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Partindo de Cusco (centro do X) em direção Sudeste chegamos aos altiplanos próximos ao litoral de Santa Catarina (em Urubici) região habitada pelos Laklanõs.

Afinal, Xokleng ou Laklanõs? o índio Kango Ingakã, também conhecido como Macaletti – um

dos membros mais antigos desta comunidade ele diz: “Eu não sou Xokleng, nos consideramos Laklanõ – conforme o sol vem vindo o índio também vêm vindo.”


Uma lendas Inca

A Origem da Ayahuaska

Conta o Mito que o mestre irineu recebeu este chá dos Incas, que usavam o chá somente entre eles, era uma bebida "sagrada que nascia na floresta", vedada a qualquer um que não pertencesse a familia incaica, que deu aos Incas fama de grande sabedoria e justiça, que alcançaram um tal refinamento que governaram o maior império sul americano com apenas três LEIS:

Não roubar;

Não mentir;

Não ser preguiçoso.

Poucos relatos temos para comprovar a ligação do Mestre Irineu (Precursor do culto Santo Daime no Brasil) com os Incas, no entanto o senhor Clodomiro Monteiro da Silva, deixou registrado em depoimento este fato. 

“Isso ele foi buscar longe, veio do Peru. Na história esta bebida derivou do Inca Huascar, passou deste para um caboclo (mistiço) peruano chamado Pizango, do caboclo para Antonio Costa, de Antonio Costa para ele (o Mestre Irineu). Porém até aí era uma bebida totalmente bruta. Só homens tinham o direito de tomar. Ele procurou especializá-la, e se dedicou realmente.

Temos relatos que afirmam que foi o caboclo xamã andino Pizango quem em um transe recebeu a incumbência vinda do Astral diretamente ditada pelo Inca Huaskar, irmão de Atahualpa (executado em praça publica pelos espanhois ou seja por Pizarro, quando acabou o império Inca) de achar a pessoa certa e transmitiria o "segredo" a ela, que esta pessoa transmitiria ao mundo.
Os Incas conseguiram guardar o seu maior segredo “o Disco Solar" , visto por três espanhóis emissários de Pizarro, e todas as miniaturas em ouro que tinham de tudo que existia no mundo, ambos estavam no Templo do Sol, quando os espanhóis chegaram a Cusco (capital do Imperio inca) encontraram somente paredes nuas.

Segundo Roselis Von Sass, no livro A Verdade sobre os Incas, os Incas constituíam uma estirpe de líderes, isto é, pessoas com consciência do poder. Eles superavam os outros médicos, não por causa de suas sensacionais operações cranianas ou por causa da cura de outras complicadas fraturas. Não. Não por causa disso. Isso também os egípcios fizeram e antes deles médicos de povos desconhecidos e há muito desaparecidos. Os Incas tornaram-se famosos por causa do dom de reconhecer e curar doenças da alma. Isso não aconteceu, naturalmente, nos primeiros tempos. Naquela época ainda não conheciam os males causados por doenças anímicas. Esses males eles somente conheceram pouco a pouco, no convívio com pessoas de outros povos. Com povos que mais tarde se uniram a eles.

quarta-feira, 15 de julho de 2009

..::Um Sonho Guia::..

Uma noite a alguns anos atrás sonhei com um tipo de aula, um ritual que eu deveria aprender e praticar.

Sonhei com um Índio, como se fosse um Xamã me dando orientações sobre uma prova ou experiência que eu passaria futuramente. Na medida que ía falando, algumas imagens se apresentavam na minha mente (como se fosse uma grande maquete na qual eu estaria recebendo instruções para depois executá-las).

Ele me dava orientações específicas para que eu encontrasse um tesouro escondido. Mostrava trilhas e caminhos e, em determinado momento foi exposta a imagem de uma águia com uma das asas abertas na qual eu deveria passar por baixo para (mais a frente) encontrar o tesouro.

Apesar de ter sido um sonho, ele foi lúcido (por que me lembro de detalhes, e de inteirações com o Índio). Mesmo assim não fazia sentido algum toda aquela explicação, que julguei ser simbólica.

Algum tempo depois, conheci por intermédio de um amigo os donos de uma pousada (na verdade um Refúgio) às beiras do Rio Canoas, em Urubici e parece que tudo fez sentido de uma forma assutadora e misticamente natural.

  

A muralha intransponível ao fundo

 

URUBICI

Alguns dizem que siginifica "Pássaro lustroso". Poderia ser uma menção ao Urubu Rei - ave encontrada na região que por algum tempo foi confundido e chamado de Corvo Branco. Outras pessoas dizem que Urubici é uma palavra da língua Xokleng/LAKLÃNÕ* que significa "Terra Mãe de Água Gelada".

Para mim ambos significados são aceitos e entendidos, como verão pelos fatos citados a frente.

 

*Em sua língua,  a palavras Xokleng siginifca “Aranha”. LAKLÃNÕ é como se auto-denominam.  A palavra significa “GENTE DO SOL”.

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Aproximação da muralha

 

Na primeira vez que cruzei a Serra do Corvo Branco fiquei estasiado.

Chorei e me arrepiei inteiro. Notem, o arrepio não foi de frio (mesmo sendo esta região a mais fria do Brasil) mas sim de um tipo de amedrontamento e reverência pela intensidade daquelas paredes de cânios que se levantavam a frente!!! Senti como se eu fosse um pequeno grão de nada perante toda a grandeza daquela natureza exuberante. Senti que eu (e muitos outros depois de mim) passariam por aquela estrada e por aquelas trilhas, assim como muitos já haviam passado, mas aquela grande obra divina permaneceria por muitos milênios.

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Quanto mais perto chegava, mais sinistra se exibia

 

"- Como eu vou transpor esta imensidão? Não vejo maneira de ultrapassar estas barreiras a não ser com um grande túnel ou um helicóptero!"

Eu ainda não havia chegado naquele zigzag que vai de um extremo a outro nas paredes de pedra laterais.

Lembro de ter olhado para a direita e ter visto uma imagem que me lembrou uma estátua com uma elevação fálica de pedras como se fosse uma viril demonstração do poder daquela montanha.

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O lado direito masculino

 

Ao olhar para a esquerda, uma rachadura profunda em outra parede, lembrando-me que a Grande Mãe natureza estava Presente.

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O lado esquerdo feminino

 

Por fim, ao chegar até o que parecia o fim daquela estrada sinuosa, íngrime, sedutora e perigosa, me deparei com aquilo que chamei de "Portal": Duas grande paredes de pedra que se elevavam praticamente verticais nas laterais de uma estradinha agora asfaltada e reta.

Aquele caminho do meio entre as paredes em elevação sutil me mostrava no horizonte o sol.

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Sinuosa

 Serra do Corvo Branco Urubici

íngrime

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sedutora e perigosa

 

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A passagem do Portal

É indescritivel a sensação que senti naquele dia. Como se ao passar por aquelas paredes estivesse renascendo para uma outra realidade, uma nova vida.

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O sol se pondo após a passagem do portal.

A estrada seguiu mais sóbria após esta passagem. Entrando na estradinha que leva ao refúgio senti uma sensação de estar vivendo em tempos passados. Como se nunca estivesse estado ali e ao mesmo tempo sentindo a energia dos clãs que alí viveram, dos poucos aos mais remotos e imemoriáveis tempos.

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A estrada antiga na manhã seguinte

 

Ao chegar já era noite. Conversamos estasiados e cansados da viagem e logo depois fomos dormir.

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Refúgio do Rio Canoas

 

No outro dia, tomei café na casa de uma acolhedora senhora para qual contei a história do sonho.

"-Quando se tem um sonho com um achado não devemos contar a ninguém" - Disse ela como se estivesse revelando um segredo.

Passou a me contar diversas histórias de sonhos com tesouros escondidos que seus antepassados e alguns conhecidos haviam vivido. Falou do tesouro na "porta da Igreja" (uma formação semelhante ao desenho de uma porta ao lado da pedra da águia), contou sobre o seu sonho com o "cavaleiro negro" que lhe assustava quando estava prestes a achar ouro num riacho próximo e história do peão que não foi mais visto após ter tido um sonho com um "achado".

 

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A porta da Igreja

 

"Desta vez" - conta ela - "só ficou para trás o buraco cavado na terra. As pessoas dizem que ele achou um tesouro e foi embora."

“Daqui até o fim da estrada existem sete achados. Três já foram encontrados. Restam ainda quatro!”

Neste mesmo dia prosseguimos pelo caminho do Rio Canoas, sentido Norte, e após algum tempo de caminhada uma nova surpresa.

Eu estava alí andando sob a Asa da Àguia com a qual um dia sonhei.

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A asa estendida da águia indicando o caminho a seguir

 

Sonho e realidade misturados em uma fantasia real vivida por mim.

O que mais haveria de acontecer nestes caminhos mágicos de urubici?

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Rio Canoas: águas geladas